Incontinência na terceira idade

Podemos definir incontinência urinaria de uma forma muita rápida e de fácil compreensão para o leitor. Esta carateriza-se pela perda incontrolável de urina, em maiores ou menores quantidades e pode manifestar-se em qualquer idade, sendo a terceira idade a faixa mais afetada com esta patologia.

São muitas e variadas as causas para este problema, no entanto ressalvamos algumas tais como:

  1. 1. Diminuição da mobilidade;
  2. 2. Doenças características tais como a diabetes, insuficiência cardíaca, problemas da próstata, entre outras;
  3. 3. A toma de determinados medicamentos;
  4. 4. Alterações do estado mental e de consciência.

Este problema deve ser abordado de forma delicada e sem causar desconforto aos utentes que dele padecem. Naturalmente sendo considerado por muitos, motivo de vergonha e embaraço perante a convivência social, torna-se muito complicado ajudar no tratamento. O isolamento, a depressão e a própria institucionalização estão muito ligadas a esta doença/patologia. A incontinência urinaria poderá afetar os doentes de formas diferentes e em períodos do dia distintos. Exemplo disso são pessoas que apresentam incontinência diurna e/ou incontinência noturna, ou eventualmente só incontinência noturna.

Naturalmente esta patologia tem um impacto significativo e direto na qualidade de vida dos idosos. Associado a este problema surgem muitos outros que em nada ajudam ao bem-estar, nomeadamente:

  • 1. Problemas de infeção vaginal (no caso feminino);
  • 2. Úlceras de pressão;
  • 3. Infeções urinárias;
  • 4. Quedas (resultantes das deslocações ao Wc)

Segundo um artigo da CUF existem três tipos principais de incontinência:

  • 1. Incontinência por bexiga hiperativa;
  • 2. Incontinência por esforço;
  • 3. Incontinência por regurgitação.

Fonte: Saude Cuf

A incontinência apresenta-se de forma distinta no que respeita a homens e a mulheres.

Na mulher “A bexiga e o seu orifício de saída são controlados por um grupo de músculos, chamados músculos do pavimento pélvico, os quais contribuem para manter a bexiga encerrada. A incontinência urinária da mulher poderá acontecer se estes músculos ficarem debilitados e perderem flexibilidade. Atividades tão banais como espirrar podem causar perda de urina”.

No homem “a incontinência urinária mais comum manifesta-se por gotejamento contínuo. A causa mais frequente é o aumento do tamanho da próstata que impede a passagem de urina, durante a micção. Como consequência, a bexiga nunca se esvazia completamente. Numa fase PÓS CIRURGIA À PRÓSTATA, a bexiga pode ficar debilitada, contudo, normalmente volta a recuperar passados alguns meses. A OBESIDADE também pode provocar perdas involuntárias de urina, dado que aumenta a pressão nos músculos pélvicos e abdominais”.

Fonte: Saude Cuf

Este problema apresenta-se de forma significativa na população a nível mundial. Estima-se que cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo sofram deste problema. A terceira idade apresenta-se, conforme já referido anteriormente como a faixa etária mais afetada pela patologia. No que respeita a dados nacionais, estima-se que:

  • 1. Existam cerca de 600 mil incontinentes nas diferentes faixas etárias;
  • 2. Entre os 45 e os 65 anos os casos de incontinência urinária é de 3 mulheres para cada homem;
  • 3. Cerca de 50% das pessoas institucionalizadas sofrem desta patologia;
  • 4. Apenas 10% faz tratamento para o problema. 

Fonte: Associação Portuguesa de Urologia

No que respeita ao tratamento da incontinência urinária deverá ser feita uma avaliação individualizada a cada caso. Perceber e avaliar todos os fatores que possam estar relacionados de forma direta ou indireta com a patologia. Haverá situações que serão ultrapassadas por via medicamentosa outras com eventual intervenção cirúrgica. No caso de situações que pelos mais diversos motivos não possam ser avaliadas ou intervencionadas deixamos algumas dicas de como agir ou cuidar de pessoas que se encontrem com esta vulnerabilidade.

  • 1. Manter o incentivo da ida à casa de banho, facilitando todos os acessos para que este se sinta confortável e mantenha o interesse;
  • 2. Facilitar o acesso a equipamentos que permitem em determinado locais a micção. Falamos neste ponto de facilitar o acesso a arrastadeira e urinóis;
  • 3. Nunca recusar um pedido de ida ao wc. Perante comentários como “tem fralda”, “pode fazer que se vai lavar a seguir”, “não precisa de ir ao wc, está sempre a pedir” o utente perderá cada vez mais as suas capacidades e o interesse. O estado mental nestas situações tenderá também a agravar.
  • 4. Mesmo em casos de alterações cognitivas e funcionais o deixar o idoso por momentos sentado na sanita ajudará a manter presentes algumas capacidades, ainda que não visíveis.

É possível prevenir a incontinência urinária nomeadamente através da ação de alguns fatores predisponente, nomeadamente:

  • 1. Prática de atividade física;
  • 2. Ausência de hábitos tabágicos;
  • 3. Ausência de hábitos de consumo de álcool, entre outros.

Em casos de fatores genéticos, alterações neurológicas ou alterações da anatomia pélvica não será possível esta prevenção.

Fonte: Atlas da Saúde